O Brasil passou a ter o supercomputador mais rápido do hemisfério sul e, pela primeira vez na história, atingiu a 29ª colocação da lista das máquinas mais poderosas em atividade em todo mundo. De acordo com o TOP500, órgão que avalia os supercomputadores, o Tupã, instalado no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) de Cachoeira Paulista (a 202 km de São Paulo) desde outubro, é o terceiro mais poderoso entre os equipamentos dedicados à previsão de tempo e de clima sazonal.
A máquina, um XT6 da Cray, é capaz de executar 258 TFlops, equivalente a 258 trilhões de cálculos de ponto-flutuante por segundo. A velocidade dos computadores é medida em Flops – sigla em inglês para operações de ponto-flutuante por segundo –, cálculos que envolvem números muito pequenos ou muito grandes.
Um bom computador caseiro, com o processador Intel Core i7 980 XE, por exemplo, opera em pouco mais de 100 GFlops – 100.000.000.000 dessas operações a cada segundo. O equipamento comprado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia e pela Fapesp por US$ 23 milhões é, portanto, 2.580 vezes mais veloz que as máquinas domésticas.
Em entrevista ao G1 em março deste ano, o diretor do Inpe Gilberto Câmara explicou que a aquisição faz parte da das estratégias do instituto para lidar com eventos climáticos cada vez mais extremos, como as tempestades que causaram enchentes e deslizamentos no Vale do Itajaí, em Santa Catarina, em 2008.
Com capacidade de processamento de dados muito maior, é possível prever o tempo em uma escala muito pequena, portanto mais precisa. Com a compra de um dos computadores mais rápidos do mundo para essa tarefa, o instituto conseguirá saber, por exemplo, a diferença entre a chuva que poderá cair na Zona Leste e no Centro da cidade de São Paulo. O supercomputador do Inpe vai entrar em plena operação em 2011.
Desde o final de outubro, a China assumiu a liderança na lista das supermáquinas, com o Tianhe-1-A, que opera a 4,7 PetaFlops, ou cerca de 20 vezes a velocidade da máquina instalada no Brasil.
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